quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Atletas de Fla e Vasco preocupados com a violência no Rio de Janeiro

Fotógrafo do clube de São Januário relata que perto de sua casa dois carros de passeio e uma van foram incendiados

A sucessão de ações violentas do crime organizado que vem apavorando a população do Rio de Janeiro não passa despercebida pelos jogadores e funcionários dos clubes de futebol. Eles também se mostram preocupados e admitem a sensação de insegurança, embora os atletas de Flamengo e Vasco entrevistados não tenham amigos ou parentes próximos de incêndios de carros ou ataque a cabines da polícia.

O goleiro cruzmaltino Fernando Prass, por exemplo, lamenta que isso ocorra num momento em que a cidade ganha evidência por ser sede das Olimpíadas de 2016 e de também uma das principais da Copa do Mundo de 2014. Mas ele ressalta que o mais importante é a segurança das pessoas:

- É chato porque estão tentando limpar a imagem do Rio, mudar a realidade. Sempre fica mais em evidência, porque vamos ter competições importantes pela frente, a Copa e as Olimpíadas, além dos Jogos Militares. Essa relação de poder sediar fica em segundo plano, o mais importante é ter segurança para a população em geral. Olimpíadas duram um mês. A população que vive os 365 dias aqui é que tem de ser a maior preocupação. Vemos o esforço dos governantes nesta política de segurança pública, de bater de frente com o tráfico, mas sabemos que não é fácil. Não vão recuar e acho que tem que ser assim mesmo. Se afrouxar, aí que eles (os bandidos) tomam conta.

Já o fotógrafo do Vasco, Marcelo Sadio, relatou cenas dignas dos mais violentos filmes de Hollywood próximos do local onde mora.

- Queimaram uma van e dois carros na rua atrás da minha casa, no Irajá (zona Norte do Rio), na manhã de segunda-feira. Eu fiquei sabendo quando estava voltando com o Vasco de Belo Horizonte, aí liguei para casa e avisei para ninguém sair. Por causa das ações de repressão da polícia, como as UPPs, os bandidos estão saindo dos morros e indo para o subúrbio e Baixada (Fluminense).

Onde eu moro, sempre foi tranquilo. Agora não dá mais. Tenho três filhos e fico com o coração na mão quando tenho de viajar. Na praça principal do bairro, deram tiro de fuzil na cabine nova da polícia - disse o fotógrafo.

No Flamengo, o zagueiro Welinton se mostra apreensivo por causa de amigos e parentes:

- É preocupante. Dá uma sensação de insegurança para mim, minha família, amigos. Procuro tomar cuidado, me resguardar. Não quero que isso aconteça.

O meia Renato Abreu, que voltou a morar no Rio de Janeiro após dois anos no Qatar, afirma que essa situação não é exclusividade da cidade:

- É sempre muito preocupante, mas isso acontece em todo lugar. Os governantes precisam resolver este problema de segurança pública. Esses ataques são consequências de muitas coisas.

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